Sou um adepto de ciclismo. Mais que isso sou adepto do esforço, dedicação e sofrimento que vejo nas caras dos que correm na estrada. Dos ciclistas que sobem montanhas, dos que sprintam, dos que não desistem de uma fuga e daqueles que ninguém conhece mas que são essenciais aos que estão melhor para tentar vitórias.
Não sou fã de mentiras, muito menos do doping e sou a favor duma quase tolerância zero para esses casos.
Já muito foi escrito sobre este tema, pricipalmente nos últimos tempos, com a confirmação por parte da UCI da condenação da USADA, que acusou Armstrong e alguns dos elementos que faziam parte da extinta equipa de ciclismo US Postal do mais "sofisticado , profissional e eficaz esquema de dopagem no desporto".
O caso é complexo. Mesmo tendo lido notícias sobre o caso em diversas fontes e programas de televisão (destaque para o 60 Minutes da televisão americana CBS), o que pode ser afirmado com total certeza é que vários ex-colegas de equipa acusaram o hepta-campeão do Tour de encabeçar um programa de uso de substâncias ilegais bem como de auto-transfusões de sangue, conseguindo contornar os controlos anti-doping, pelos quais todos passaram, e no caso de Lance nunca controlou positivo.
A comunicação social portuguesa óbviamente que fez da notícia destaque de telejornal, que o deve ser sim, mas que para não variar não o é quando um ciclista ou outro qualquer desportista conquista uma classificação de relevo. Porquê continuar a transmitir à opinião pública esta ideia de que ninguém corre completamente 'limpo' no ciclismo?
Mas, e agora?
Num desporto que tem a sorte de ter patrocínio de marcas que investem milhões (a grande maioria com retornos consideráveis) poderá um caso destes abalar a credibilidade do mesmo? Ou terá sido isto o fim da caça aos que continuavam a denegrir a imagem que o ciclismo quer passar como o mais controlado de todos?
Certo parece ser o fim do patrocínio do banco holandês Rabobank à sua equipa profissional (já mítica e com muitos anos de tradição) tendo já em conta este caso.
Terminado que está este caso porque não aproveitar a 100ª edição do Tour para limpar de vez a má imagem que este caso deixa na opinião pública?
Quanto a Lance, para mim, jamais deixará de ser o campeão que é. Esta é uma fase difícil, as suas palavras comprovam-no: "Já estive melhor, mas também já estive pior".
O que guardo da carreira dele na estrada são os triunfos e, para todos os efeitos, nunca controlou positivo em nenhum teste anti-doping.
Keep living strong!
sábado, 27 de outubro de 2012
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